sexta-feira, outubro 30, 2009

Nostalgia

A gente às vezes - ou em muitas delas, pelo menos - sofre por nada.
Passamos horas pensando, supondo diversos momentos que poderiam tornar o nosso dia melhor, por assim dizer. Um sorriso, um abraço, uma piada à toa, qualquer coisa que substitua a sensação de vazio que a necessidade deixa.
A gente se apoia na suposição, no bom senso do outro. Achamos injusta essa coisa de não poder estar onde quem a gente sente falta está, e vice-versa. E mesmo quando somos agraciados com a sorte de ver todos os dias quem a gente mais quer bem, tem algo que soa estranho, como se não fosse e nem pudesse ser forte o bastante.

Sexta.

Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.

Clarice Lispector

Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.

Clarice Lispector

Sinto a falta dele
como se me faltasse um dente na frente:
excrucitante

Clarice Lispector

É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo.

Clarice Lispector


Sempre.

Já que sou, o jeito é ser.

Clarice Lispector

Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. (Aprendendo a viver)

Clarice Lispector

Fato.

E quando acaricio a cabeça do meu cão, sei que ele não exige que eu faça sentido ou me explique.

Clarice Lispector

terça-feira, outubro 27, 2009

Cativa-me

Ás vezes, as melhores ideias vêm de onde a gente menos espera.
Ou não. Talvez tenha sido sorte mesmo...

"- Por favor... cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
[...]
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa..."

segunda-feira, outubro 26, 2009

Três elementos.

Os dias passavam e cada vez mais a ansiedade aumentava.
E quando viu, lá se foram três ou quatro xícaras do cappuccino caseiro de leite ninho e café em pó.
Ela só queria que o dia terminasse, que ela pudesse trancar a sala empoeirada de trabalho, entrar no seu carrinho vermelho e voltar tranquila para casa.

Mas choveu.
Choveu como há muito tempo não chovia e por alguns instantes, ela pensou em sentar num café qualquer para esperar a chuva passar. Mas não dava. Havia literalmente um lago entre ela e seu carro estacionado, e a água ia até o tornozelo. Conclusão: Ela pelo jeito, ficaria ali um bom tempo.
Vasculhou dentro da sua bolsa a procura do celular e de um livro velho, meio amarelado. Lia as páginas gastas enquanto digitava sem esperança uma mensagem cansada no celular.
Ela então lembrou, ali, em meio a todo aquele tumulto que havia esquecido milhares de coisas durante aquele meio tempo. E quando viu, o livro estava fechado e o celular de volta na bolsa. Ela só conseguia pensar que seus créditos estavam no fim, que não chegaria a tempo na aula, não haveria jantar e nem ao menos uma latinha solidária de cerveja esperando por ela na geladeira no momento em que chegasse em casa.
E o tempo passou. Horas, sim, muito tempo... Não sei ao certo quanto, mas foi o suficiente para faze-la olhar para cima e pedir com todas as suas forças que aquilo tudo acabasse e que ela pudesse voltar para a sua casinha de três cômodos.

Finalmente chegou.

Largou as chaves do carro em cima do criado mudo de palha e respirou aliviada, mas ainda tensa.
Se jogou no sofá para duas pessoas que ela comprara numa ponta de estoque com a sua amiga e depois de contar toda a odisseia, pediram uma pizza.
Como de costume, pediram muzzarela, mas dessa vez, deram-se ao luxo de pedir com borda recheada.
A situação pedia e seu estado emocional implorava por qualquer coisa que extrapolasse a quantidade aceitável de calorias num dia normal.

Mas ainda faltava uma coisa para a noite compensar o dia.
Cerveja, homem e um bom samba.



sexta-feira, outubro 23, 2009

Não.

Se não foi, não era para ser.
Eu queria tanto que hoje pudesse ser um dos melhores dias do ano... A vontade de chorar anda inevitável desde o momento em que fui obrigada a engolir a palavra "não".
Mas dane-se se não foi não era para ser.
E aqui vai o meu juramento: Não haverá uma única festa que me escape a partir do momento em que eu puser os pés naquela faculdade.

domingo, outubro 18, 2009



sexta-feira, outubro 16, 2009

Palavra.

Não sei quais palavras usar. É uma necessidade de tirar um sentimento bom do peito, dividir as melhores lembranças aqui, agora.
Mas algo me bloqueia, faz vir lágrimas como quem não quer nada, sabe, só para variar.
E o engraçado é que mesmo seguindo o meu discurso à risca, vontade de contraria-lo não me falta.

Eu quero chorar, mas chorar muito, e de verdade.
Quero aprender a dividir os meus problemas, confiar.
Quero dizer, eu confio, e muito. Mas sinto como se os meus problemas não fossem dos outros; como se as pessoas não fossem obrigadas a desgastar-se comigo.
Pode soar infantil, talvez até inseguro, sei lá. Mas pelo jeito é assim que eu sou.
Queria poder mudar de rumo, sair caminhando por ai errantemente até sentir um lapso de saudade e refazer todo o caminho de volta só para te abraçar.
Às vezes me sinto meio só, não solitária como aquelas pessoas que isolam-se de tudo e todos, não. É um tipo de vazio que faz com que eu me pergunte o que exatamente eu estou fazendo aqui, nesta vida.
Provavelmente muitos achariam que eu estou bêbada ou que eu fumei algo, mas por incrível que pareça, eu não o fiz. Eu apenas estou aqui, sentindo uma vontade estranha e repentina de, quem sabe, conseguir descrever o que se passa dentro de mim.
Eu gosto taanto de te abraçar, dizer tchau. Gosto mesmo porque sinto como se o dia terminasse melhor, mais completo, sei lá.
Eu só gosto.

Hoje eu não estou afim de falar sobre saudade ou amizade.

Mas que eu te amo muito, isso, não dá pra deixar de citar.



S2

domingo, outubro 11, 2009

Não ver você, não tem explicação
é caminhar pela escuridão
ficar a fim e não poder falar
querer o sim e não se acostumar
com a solidão, o medo de amar
estranho vazio no seu olhar
eu tento achar em algum lugar
o amor que você deixou pra trás


vem pra cá



-papas da língua

Onde eu moro?

Pra chegar, "perguntam se eu tenho q seguir uma lhama azul pelo caminho mágico antes d me equilibrar por cipós e andar d barquinho pra chegar em casa".

vi essa descrição no orkut e achei foda.
eh bem isso oq eu vivo. auhsua

Você é meu raio de sol, meu único raio de sol, que me faz feliiiz, quando o céu está ruim.
:D

(You are my sunshine - Jimmy Cliff)

quinta-feira, outubro 08, 2009

Tem sempre um determinado momento da vida em que a gente se cansa de tudo.
Seja no final do ano, no meio, ou no começo, a gente sempre tem um motivo.
Tem gente que até reclama de sair muito, ter compromisso demais... quisera eu poder me dar ao luxo de ir aonde bem entender.

O que eu quero dizer, depois de ficar enrolando durante um parágrafo inteiro é:


Existe uma coisa chamada urgência, e ela ultimamente tem servido como sinônimo para o seu nome.

quarta-feira, outubro 07, 2009

O outro lado.

Ele era moço, forte e trabalhador. E como se não bastasse, estudava em uma boa faculdade pública e até possuía o próprio carro.
Para um estudante de Direito, a vida andava tranquila e quase toda noite tinha alguma festa para ir. Nem sempre elas eram boas, ou valiam o preço da entrada, mas digamos que elas davam para o gasto.
Pedro não era de todo bonito, mas tinha um charme irresistível de menino certinho que sempre o salvara de qualquer furada. Certa noite, em uma festa qualquer, conheceu Clara. Ela até que era bonita se levarmos em conta o estado etílico em que ambos se encontravam naquela noite.
O tempo passou e quando viram no relógio já era quase 3 da madrugada.
Eles haviam se divertido bastante e sem dúvida, ela não iria esquece-lo.
Seus olhos eram intrigantes, assim como o seu jeito de falar.
Prometeram manter contato e quem sabe até se encontrar na próxima festa ou em um bar qualquer, quem sabe.
Saíram da balada e entraram num carro amassado, que não era o seu. Mas no embalo da situação, reclinaram o banco e ali ficaram, até Clara adormecer.
Quando a menina acordou, seu carro estava estacionado na frente de sua casa e Pedro, havia desaparecido.

A menina deu um pulo de repente e pediu com todas as suas forças que qualquer número, endereço ou e-mail tivesse sido anotado na noite passada.
Pegou a agenda na bolsa e ficou olhando-a atentamente, por muito tempo.
Estava com medo. Medo de decepcionar-se e acabar não encontrando nenhum número ali.
Resolveu procurar por qualquer vestígio de Pedro em algum momento que não fosse aquele e largou a agenda em cima do volante.

Aqueles olhos não lhe saiam da memória.




terça-feira, outubro 06, 2009

Agenda

Ela esta sozinha, cansada, e sem ao menos uma lata de cerveja em casa.
Passava noites de sexta-feira perambulando pelo corredor de quarto em quarto, de canal em canal, mas nada sossegava a sua alma.
Abriu duas ou três vezes a porta da geladeira sempre com a esperança de encontrar alguma amiga perdida lá dentro, mas nada.
Esquecera de fazer compras nesse mês.
Como poderia ter esquecido da sua comida? Da sua bebida?!
Ajeitou as meias para calçar os chinelos entre os dedos de pano e saiu para buscar sua agenda em seu carro amassado. Destrancou o alarme, abriu a porta e lembrou da noite anterior.
O banco ainda estava reclinado e de repente, ela esqueceu o que tinha ido procurar lá.
Entrou no carro, fechou a porta e ligou o rádio. Por sorte, ou ironia do destino, a estação não fora alterada, mas a sua música já estava pela metade.
Sentou-se de perna de índio no banco do passageiro e ao avistar a agenda de couro em cima do volante, lembrou-se do que pretendia fazer ainda naquela noite. Abriu na letra P, abaixou o volume do rádio e esperou pacientemente, toque após toque por uma voz conhecida.
Ela sabia que não era seu dever ligar, muito menos depois de tudo o que passaram ali, naquele banco onde estava sentada, mas mesmo assim, algo muito forte e insistente dentro dela dizia que era preciso fazer aquilo.

...

segunda-feira, outubro 05, 2009

NADA DO QUE POSSA ACONTECER VAI TIRAR ESSE SORRISO DO MEU ROSTO!


NADA MESMO.

Questões idiotas.

Talvez seja perda de tempo parar para refletir sobre algo que anda tão bem, ou não.
Mas a questão, é que estou com várias questões pendentes e muitas delas sequer sei como interpretar.

1- Estou morrendo de vontade de comer um bolo de chocolate que tem aqui em casa, que por sinal nem é tão gostoso, mas mesmo assim, a vontade é quase insuportável.

2- Acho que magoei alguém. Alguém muito especial. E por mais que tudo indique que tudo está bem, sinto que falta algo para ser resolvido. Só espero que mais uma vez eu esteja encucada.

3- Por outro lado, ando feliz porque encontrei um pessoal legal com o qual me divirto e sinto que agora, a cada dia, a diversão e amizade apenas tendem a aumentar.

4- Reencontrei alguém essencial na minha vida. E sei, que agora que as coisas estão mais calmas, muita coisa em relação ao nosso convívio e amizade podem emplacar.

Quem estiver disposto a me ajudar a solucionar/ entender essas questões, por favor me avise.
hahahah

quinta-feira, outubro 01, 2009

Ai


Deu meu coração de ficar dolorido
Arrasado num profundo pranto
Deu meu coração de falar esperanto
Na esperança de se compreendido

Deu meu coração equivocado
Deu de desbotar o colorido
Deu de sentir-se apagado
Desiluminado
Desacontecido

Deu meu coração de ficar abatido
De bater sem sentido
Meu coração surrado
Deu de arrancar o curativo
Deu de cutucar o machucado

Deu de inventar palavra
Pra curar de significado
O escuro aço denso do silêncio
De um coração trespassado


Rubi