O outro lado.

Ele era moço, forte e trabalhador. E como se não bastasse, estudava em uma boa faculdade pública e até possuía o próprio carro.
Para um estudante de Direito, a vida andava tranquila e quase toda noite tinha alguma festa para ir. Nem sempre elas eram boas, ou valiam o preço da entrada, mas digamos que elas davam para o gasto.
Pedro não era de todo bonito, mas tinha um charme irresistível de menino certinho que sempre o salvara de qualquer furada. Certa noite, em uma festa qualquer, conheceu Clara. Ela até que era bonita se levarmos em conta o estado etílico em que ambos se encontravam naquela noite.
O tempo passou e quando viram no relógio já era quase 3 da madrugada.
Eles haviam se divertido bastante e sem dúvida, ela não iria esquece-lo.
Seus olhos eram intrigantes, assim como o seu jeito de falar.
Prometeram manter contato e quem sabe até se encontrar na próxima festa ou em um bar qualquer, quem sabe.
Saíram da balada e entraram num carro amassado, que não era o seu. Mas no embalo da situação, reclinaram o banco e ali ficaram, até Clara adormecer.
Quando a menina acordou, seu carro estava estacionado na frente de sua casa e Pedro, havia desaparecido.

A menina deu um pulo de repente e pediu com todas as suas forças que qualquer número, endereço ou e-mail tivesse sido anotado na noite passada.
Pegou a agenda na bolsa e ficou olhando-a atentamente, por muito tempo.
Estava com medo. Medo de decepcionar-se e acabar não encontrando nenhum número ali.
Resolveu procurar por qualquer vestígio de Pedro em algum momento que não fosse aquele e largou a agenda em cima do volante.

Aqueles olhos não lhe saiam da memória.




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