Pra chegar, "perguntam se eu tenho q seguir uma lhama azul pelo caminho mágico antes d me equilibrar por cipós e andar d barquinho pra chegar em casa".
É possível escrever Para curar Passar a dor Transferir o que pesa Como mágica Sarar Pensar Sem deixar Só brotar O que sempre Calou Na folha, na face, a dor Aos poucos Se transforma em amor E cai
Agora entendia de onde vinha a dor. A carta meio amassada em cima da cama falava pouco, mas o bastante para que tanto fosse explicado. Os sumiços, o aparente desinteresse pela filha, as noites sem sexo que as levou a supor traição - tudo agora se encaixava e mais, fazia com que se perguntasse como poderia ter sido tão cega diante de alguém que ela tanto amava. Por algum motivo que Ana não entendia, Theo escolhera esconder sua dor; talvez para protege-la ou poupá-la do trabalho de precisar lidar com algo além da maternidade que logo a aguardava. Ele sentia uma dor visceral, como se tivesse algo muito profundo preso dentro de si, implorando para ser acessado, mas que agora ocupava uma parte muito grande de si para voltar atrás; como doía. Nas pequenas trocas do dia a dia agora em retrospectiva ela conseguia ver Theo se afastando, deixando de corresponder do jeito que um relacionamento pede. Ao mesmo tempo, suas reações frente a esse movimento pra...
"Lembrava-se de que a última palavra dele fora "adeus". Mas ele sempre se despedia assim. Como se cortasse de uma vez para outra o vínculo? E ambos ficassem em liberdade, um do outro? Lóri sabia que ela própria é quem cortara vínculos a vida inteira, e talvez alguma coisa nela sugerisse aos outros a palavra "adeus"." Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres, Clarice Lispector - Editora Rocco Ltda., 1998, página 107
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