terça-feira, outubro 07, 2008

Garoa.

Certa tarde, pus-me a caminhar sob o sereno.
A cada passo adquiria mais e mais a capacidade de sentir as finas e cortantes gostas de água tocando minha pele.
Resolvi entao aproveitar a sensibilidade aguçada para refletir, tentar entender coisas que antes nao via.
Continuei andando com o telefone na mão. Sentia o peso dos meus brincos de madeira e o par de meias todo molhado, criando poças em meus sapatos. Foi entao que ali, a baira do rio, percebi.
Nada precisava ser assim. Nada precisava ser do jeito que estava sendo.
Eu bem poderia estar em minha casa, sentada no sofá tomando chocolate quente e vendo um filme. Sim, eu podia. Mas nao era assim.
De repente todas as coisas que de certa forma dei-me o luxo de classificar importantes vieram a minha cabeça.