Três elementos.
Os dias passavam e cada vez mais a ansiedade aumentava.
E quando viu, lá se foram três ou quatro xícaras do cappuccino caseiro de leite ninho e café em pó.
Ela só queria que o dia terminasse, que ela pudesse trancar a sala empoeirada de trabalho, entrar no seu carrinho vermelho e voltar tranquila para casa.
Mas choveu.
Choveu como há muito tempo não chovia e por alguns instantes, ela pensou em sentar num café qualquer para esperar a chuva passar. Mas não dava. Havia literalmente um lago entre ela e seu carro estacionado, e a água ia até o tornozelo. Conclusão: Ela pelo jeito, ficaria ali um bom tempo.
Vasculhou dentro da sua bolsa a procura do celular e de um livro velho, meio amarelado. Lia as páginas gastas enquanto digitava sem esperança uma mensagem cansada no celular.
Ela então lembrou, ali, em meio a todo aquele tumulto que havia esquecido milhares de coisas durante aquele meio tempo. E quando viu, o livro estava fechado e o celular de volta na bolsa. Ela só conseguia pensar que seus créditos estavam no fim, que não chegaria a tempo na aula, não haveria jantar e nem ao menos uma latinha solidária de cerveja esperando por ela na geladeira no momento em que chegasse em casa.
E o tempo passou. Horas, sim, muito tempo... Não sei ao certo quanto, mas foi o suficiente para faze-la olhar para cima e pedir com todas as suas forças que aquilo tudo acabasse e que ela pudesse voltar para a sua casinha de três cômodos.
Finalmente chegou.
Largou as chaves do carro em cima do criado mudo de palha e respirou aliviada, mas ainda tensa.
Se jogou no sofá para duas pessoas que ela comprara numa ponta de estoque com a sua amiga e depois de contar toda a odisseia, pediram uma pizza.
Como de costume, pediram muzzarela, mas dessa vez, deram-se ao luxo de pedir com borda recheada.
A situação pedia e seu estado emocional implorava por qualquer coisa que extrapolasse a quantidade aceitável de calorias num dia normal.
Mas ainda faltava uma coisa para a noite compensar o dia.
Cerveja, homem e um bom samba.
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