Dente-de-Leão
Chama. Chama. Chama. Ninguém atende. O tempo passa como se tivesse um peso preso nos pés e eu ali, sentada com o coração na mão direita e o celular na esquerda. Só para constar, eu sou destra. Destra e tensa. Conclusão: Esmagava o meu coração com aflição e ansiedade como nunca fizera antes. E como doía. Mas o que mais me doía era aquela história de "chama chama e ninguém atende". Falar com a moça da caixa postal já não tinha mais graça e, mesmo consciente de que estava ligando loucamente, a necessidade de falar com você era maior do que qualquer estado de sanidade aceitável pela sociedade maluca que no rege. Já me basta ter de aceitar fazer parte desse mundo, dessa cidade, dessa loucura chamada escola. Acho que nessas horas, a minha família é a única coisa que me conforta. E é claro, os amigos do peito. Às vezes chego a considerar a ideia de fugir e me encolher num canto de gruta qualquer e ficar só ali, pensando na vida. Queria um tempo sozinha pra ficar pensa...