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Mostrando postagens de maio, 2010

Dente-de-Leão

Chama. Chama. Chama. Ninguém atende. O tempo passa como se tivesse um peso preso nos pés e eu ali, sentada com o coração na mão direita e o celular na esquerda. Só para constar, eu sou destra. Destra e tensa. Conclusão: Esmagava o meu coração com aflição e ansiedade como nunca fizera antes. E como doía. Mas o que mais me doía era aquela história de "chama chama e ninguém atende". Falar com a moça da caixa postal já não tinha mais graça e, mesmo consciente de que estava ligando loucamente, a necessidade de falar com você era maior do que qualquer estado de sanidade aceitável pela sociedade maluca que no rege. Já me basta ter de aceitar fazer parte desse mundo, dessa cidade, dessa loucura chamada escola. Acho que nessas horas, a minha família é a única coisa que me conforta. E é claro, os amigos do peito. Às vezes chego a considerar a ideia de fugir e me encolher num canto de gruta qualquer e ficar só ali, pensando na vida. Queria um tempo sozinha pra ficar pensa...

Faca de açougueiro.

Ela estava triste. Dinho estava de partida e Manu, ali, olhando para o chão sem ao menos um pingo de esperança em seu coração. Por que tinha que ser assim? Encostada no carro, fingia que não ligava para o fato de ver a razão da sua felicidade ir embora...  A verdade é que, por mais que ela gostasse dele, demonstrar o que tinha dentro de si não era o melhor a ser feito naquele momento. "Sabe, morena... Ficar sem você não vai ser fácil." "É..." Manu não sabia o que responder. Sentia dentro de si um misto de tristeza, carinho e raiva. "Fica..." Foi só o que ela conseguiu dizer naquele momento, mas Dinho não estava olhando para ela. Uma mulher bonita passara. Naquela hora, talvez o melhor e mais aceitável fosse que Manu esbravejasse, gritasse e xingasse a mãe de Dinho com todas as suas forças e vocabulários chulos.  Mas o fato inevitável, inexplicável e incoerente, era que ela queria abraça-lo. Ela precisava, a cima de qualquer direito de sentir ciúme, ...