70%

O meu corpo está totalmente desidratado e parece que levei uma surra com um taco de basebol bem no meio dos olhos.
E foi assim que eu acordei: Podre.

Mas não importa muito... Porque bem, nessas horas a gente se sente meio que obrigado a colocar em prática todas aquelas frases malditas do tipo " as coisas têm a importância que a gente dá" e blá blá blá.

Sinceramente, não estou brava nem chateada. Talvez um pouco desapontada e mesmo assim, não é comigo. Sei que fiz o meu melhor, que me doei por inteiro e fui eu mesma a cada instante. Acontece, que algo tão grande não pode ser decidido assim, de forma tão superficial.


Ou pode.

Pensando melhor agora, talvez seja melhor sim escolher alguém assim, à sangue frio. Sem emoção, sem sentimento ou histórico de crenças filosóficas. Talvez a ideia seja mesmo escolher a pessoa que naquele momento, se destacou. E eu não vou negar, todas foram muito bem.

Mas a vida é assim.

70%

Na minha opinião, essa não é só a porcentagem de água que constitui o nosso corpo, essa, poderia ser, ao meu ver, a porcentagem de chances que a gente tem.

Porque essa ideia de meio-a-meio me irrita. E muito, para ser franca.
Eu tive 70% de chances dentro de mim. Era a minha positividade contra a negatividade. Era o sorriso contra o choro, a sorte contra o azar, amor e ódio, chance e ócio.
Tudo isso somado poderia receber o meu nome, poderia se tornar uma nova parte da psicologia, um novo livro intenso, duro de ler.

Mas é assim que as coisas são. E não é hoje que elas iriam mudar.

Droga, lá se vão mais 10% da água do meu corpo.

Preciso de um oceano de água doce, de asas, de um copo bem grande de bebida.
Preciso sorrir, respirar fundo, vestir o salto e ir para a festa.

Afinal, agora, é só isso que me resta.
70%

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