Volta.

Como se nada houvesse, te encontrei.
No último instante, quando pensei que você já havia partido, te vi.
Te vi ali, sorrindo para mim... Senti então uma certeza tão solícita que antes não me era tão intensa.
Talvez seja algo corriqueiro, talvez eu devesse esquecer o que já vivi para tentar ousar um pouco mais. Mas a cada novo segundo que passo contigo quero mais e mais ter-te junto a mim, sorrindo, gargalhando daquilo que nos cabe rir.
Nos divertimos, falamos sério, e quando necessário, agimos como estranhos na frente dos outros. Para o outro, não somos.

Sinto-me frustrada ao pensar nessa necessidade de não ser, de não poder ser, quero dizer.
Ao teu lado, tenho que fingir que não te conheço, e longe de ti, agimos como se fossemos vítimas de alguém que nos separou ao nascer.
Quero-te ao meu lado, já. E eu sei que não é apenas uma questão de querer, muito menos, uma questão de escolher.
É simplesmente uma questão de necessitar, almejar, chorar a noite pedindo desesperadamente que você se materialize ali, para mim.
Uma necessidade de te contar tudo, tim tim por tim tim da minha vida, das coisas que acontecem todos os dias. É uma necessidade de poder te abraçar forte e dizer sem medo que é com você que eu quero estar, que apensar de tudo, posso olhar para qualquer um dos lados a minha volta e ter certeza de que você está lá. Inclusive no lado de dentro.

E o mais intrigante disso tudo é que mesmo com essa distância ridiculamente grande, eu não te esqueço. Penso em você a cada novo instante e quando você lembra de mim, eu sinto vontade de ligar o rádio no último e dançar. Danço a tarde inteira, mesmo que esteja ocupada vivendo, danço. Danço mentalmente e faço um arranjo bonito com os meus pensamentos.

Você me faz bem, sempre fez.
Só espero te ver em breve, porque só a sua energia não me sustenta mais. Eu preciso de contato, carne e osso, gesto e voz.

Esse tipo de coisa a gente nem questiona, só sente.

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