Deixa ir
A sua aparência agora é mais abstrata, já não te vejo com tanta frequência e isso me assusta. Não lembro com tanta certeza da cor dos seus olhos ou dos pequenos detalhes que antes tiravam o meu sono, mas que também me incentivavam a levantar na manhã seguinte. Confesso que, às vezes, entro na sua página para ver alguma foto sua, relembrar os seus trejeitos e reviver o sentimento engraçado que o seu sorriso sempre despertou em mim; mas que já não desperta mais assim, tão prontamente. Aí foco nos teus cabelos, lembro de cada fio curto encostando nos meus dedos enquanto acariciava a sua cabeça antes de dormir. Era bom passear pelas suas costas, contornar a sua musculatura enquanto ouvia você prometer que jamais me deixaria partir. Porque você já sabia... Eu nunca pedi que você prometesse isso, sequer disse que iria embora. Nem por um segundo usei qualquer palavra que insinuasse a minha ânsia repentina de sumir, mas você sacou e me olhou calado, com a cabeça meio de lado, sem mui...