Mãos.
Ela estava confusa, cansada e tremendamente solitária. A certeza de que o dia ainda demoraria para chegar ao fim devorava qualquer possível sorriso, qualquer sonho ou decisão que pudesse tirá-la dequele sofá de couro velho. Chovia e fazia frio. Sentia falta, saudade. Estava totalmente depremida e isso fazia com que ela sentisse um aperto absurdo dentro de si. Mudou de canal sem se preocupar em encontrar algo que de fato prestasse e logo que se deu conta de que nada que passasse ajudaria a resolver sua questão existencial babaca, levantou. Deitou de qualquer jeito na cama macia e fechou os olhos suavemente. Ela não queria sofrer, não queria pensar... Só queria dormir. Virou de um lado, voltou para o outro e quando viu, estava com as duas mãos junto ao peito, como se estivesse rezando. Tudo aconteceu mais do que instintivamente e logo que se deu conta, estava respirando fundo e rezando palavras que em nenhuma outra situação poderiam parecer mais sinceras. Era bem mais do que u...